"É destino de toda verdade ser objeto de ridículo quando exposta pela primeira vez." - Albert Schweitzer

terça-feira, agosto 30, 2005

Barbatimão - A casca da virgindade

Nome popular: BARBATIMÃO
Nome científico: Stryphnodendron barbatimam Mart.
Sinonímia popular: uabatimô, casca da virgindade, paricarana
Sinonímia científica: Acácia adstringens Mart
Parte usada: Cascas
Propriedades terapêuticas: Adstringente das gengivas, hemostática, emética, depurativa, anti-séptica, antidiarréica, vulnerária, tônica, antileucorréica, antiblenorrágica, antiescorbútica, antiasmática
Indicações terapêuticas: Úlceras, leucorréia, catarro uretrais e vaginais, blenorragia, diarréia, hemorragia
Uso medicinal:
As cascas de barbatimão têm grande poder adstringente. Externamente, reduzidas a pó, empregam-se no tratamento de úlceras e, em banhos e injeções, atuam contra a leucorréia, catarro uretrais e vaginais. Internamente utiliza-se seu decocto nas afecções escorbúticas, na blenorragia, na diarréia, na hemorragia, nas hemoptises e também na leucorréia.
Dosagens indicadas:
Pele oleosa: coloque 1 colher (sobremesa) de casca picada em 1 xícara (chá) de água. Ferva por 5 minutos. Espere esfriar, coe e acrescente o suco de meio limão e 1 colher (chá) de mel. À noite, aplique na pele do rosto, com um chumaço de algodão,deixando agir por 20 minutos. Após lave com água morna.
Hemorragias uterinas: coloque 1 xícara ( chá ) de casca picada, 1 xícara (chá) da raiz de algodoeiro e 1 xícara (chá ) de quiabo ainda não maduro, em 1 litro de água. Ferva durante 15 minutos e coe em tecido fino. Faça 1 ou 2 lavagens ao dia com esse líquido. Não obtendo melhora procure orientação médica.
Inflamação da garganta, corrimento vaginal, diarréias, hemorragias: coloque 2 colheres (sopa) de casca picada em 1 xícara (chá ) de álcool de cereais a 50%. Deixe em maceração por 3 dias e coe em tecido fino. Tome 1 colher (café), diluído em um pouco de água, de 2 a 3 vezes ao dia.
Feridas ulceradas: coloque 1 colher (sopa) de casca picada e 2 folhas fatiadas de confrei em 1/2 litro de água em fervura. Desligue o fogo, espere esfriar e coe. Aplique na ferida, com um chumaço de algodão, 2x ao dia.
Corrimento vaginal: coloque 2 colheres (sopa) de casca picada em 1/2 litro de água fervente. Espere amornar, coe e acrescente 1 colher (sopa) de vinagre branco ou suco de limão. Faça banhos locais, de 1 a 3x ao dia, até que o sintoma desapareça.
Contra-indicações:
Não foram encontradas referências sobre efeitos tóxicos.
Curiosidades:
O nome deriva do termo indígena Iba Timo que significa a árvore que aperta. É uma planta utilizada na indústria de curtumes e outrora muito procurada por prostitutas, daí o nome casca da virgindade, que até hoje lhe é aplicada.
A casca do barbatimão produz matéria tintorial vermelha que, quando precipitada convenientemente, produz tinta de escrever. Foi portanto muito utilizada na respectiva indústria em tempos passados.


Fonte: http://ci-66.ciagri.usp.br/pm/ver_1pl.asp?f_cod=19

Uso litúrgico:

Conforme informações do pesquisador e mestrando Ulysses Paulino de Albuquerque da Universidade Federal do Pernambuco, o barbatimão, associado ao angico, aroeira e mulungu é empregado no preparo de banhos de "descarrego", com o propósito de trazer bem estar e tranqüilidade ao usuário, acrescentando, ainda, seu uso em garrafadas medicinais.

Fonte: http://www.aguaforte.com/herbarium/Erythrina.html

Também é considerada uma erva dedicada a Xangô, utilizada nos banhos e abôs dos filhos desse Orixá.

Eu voltei!!

Pra quem estava sentindo falta dos meus posts, cá estou. Vai lá, mãe, diz que vc sentiu minha falta!...rs... Pelo menos uma pessoa é freqüentadora assídua dos meus blogs...rs...
Depois de um tempo super-hiper-tumultuado, vamos voltar ao assunto com o muito útil barbatimão...

quarta-feira, julho 20, 2005

Uma pausa...

Uma pausa nos dois blogs, não postei nada nos últimos dias pois a minha casa está passando por um processo de limpeza, que inclui, além da faxina, a diminuição do volume de velharias. Para quem me conhece, não se assustem!!! Eu não estou doente, nem mentalmente abalada. A "diminuição do volume" não significa eliminação total das tranqueiras...rs... Ainda tem muuuuuita coisa aqui que muita gente diria que é lixo, e eu digo que é "potencialmente artístico".
Beijos aos que me acompanham. I´ll be back.

terça-feira, julho 05, 2005

Curiosidade: Arruda na comida

A arruda, apesar de todas as advertências que citei no post anterior, pode ser utilizada na culinária. Existe uma farofa que se faz com arruda, que é uma oferenda aos pretos-velhos, mas que é bastante saborosa e pode ser comida, pois a quantidade utilizada de arruda na receita não é perigosa. Posso afirmar porque eu já comi! E é bem gostosa, se bem preparada.
Aí vai a receita:

1 maço de arruda fresca
1/2 kg de farinha de mandioca crua
azeite de oliva

Lavar bem a arruda, tirar os talos, picar bem miudinho e refogar no azeite, com cebola e alho triturados. Misturar a farinha de mandioca crua, refogar mais um pouco, colocar sal à gosto.

Vai muito bem com tutu de feijão e torresmos!

Arruda (Atendendo a pedidos)


arruda
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Nome científico: Ruta graveolens L.
Nomes populares: Arruda doméstica, arruda dos jardins, ruta de cheiro forte, ruda.
Propriedades medicinais: abortiva, adstringente, analgésica, antiasmática, antiepileptica, antiespasmódica, antihelmíntica, antihemorrágica, antihistérica, antiinflamatória, antinevrálgica, antireumática, antitetânica, aperitiva, aromática, calmante, carminativa, diaforética, emenagoga, estimulante, estupefaciente, febrífuga, estimulante dos nervos, repelente, sudorífica, tônico para circulação, tranquilizante, vermicida.
Indicações: afecções dos rins, alterações menstruais, ansiedade, asma bronquica, bexiga, calvície, cefaléia, ciática, clerose, conjuntivite, derrame cerebral, dermatite, dores de ouvido, dor intestinal, enxaqueca, flebite, fígado, fragilidade dos capilares sanguíneos, gases, gota, hemorróidas, hipocondria, inchaço nas pernas, incontinência de urina, inflamação, inflamação dos olhos, insônia, limpeza de feridas, nevralgia, olhos cansados, onicomicose, otite, ouvido (feridas e zumbido), normalização das funções do ciclo menstrual (menstruação escassa), paralisia, parasitas (piolhos e lêndeas), pneumonia, prisão de ventre, repelente de insetos (pulgas, percevejos e ratos), reumatismo, sarna, varizes, vermes (oxiúros e ascárides).
CONTRA INDICAÇÕES/CUIDADOS: CUIDADO: TÓXICA. É VENENOSA E ABORTIVA. Contra indicada para gestantes, lactantes, hemorragias, cólica mesntrual e sensibilidade na pele.
Efeitos colaterais:
doses elevadas do chá podem causar vertigens, tremores, gastroenterites, convulsões, hemorragia e aborto em mulheres grávidas, hiperemia dos órgãos respiratórios, vômitos, salivações, edema na língua, dores abdominais, náuseas, secura na garganta, dores epigástricas, cólicas, arrefecimento da pele, depressão do pulso, contração da pupila e sonolência. Pode causar fitodermatites, através de um mecanismo fototóxico que torna a pele sensível à luz solar. Nas mulheres pode levar a hemorragias graves do útero.
(Fonte: http://www.plantamed.com.br/)

Uso litúrgico: Planta aromática usada nos rituais porque Exu ( o Orixá, não o catiço) a indica contra maus fluidos e olho-grande. Suas folhas miúdas são aplicadas nos ebori, banhos de limpeza ou descarrego, o que é fácil de perceber, pois se o ambiente estiver realmente carregado a arruda morre. Ela é também usada como amuleto para proteger do mau-olhado.

A arruda é muito utilizada por benzedeiras, há gerações. Os pretos-velhos também a usam e é tida até como um símbolo destes.

Alecrim


alecrim
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Nome científico: Rosmarinus officinalis L.
Nomes populares: Alecrim de jardim, alecrim de cheiro, rosamrino, libanotis, alecrim de horta.
Propriedades terapêuticas: Estimulante digestivo, anti-espasmódica, estomacal, vasodilatora, anti-séptica.
Indicações terapêuticas: Dores reumáticas, depressão, cansaço físico, gases intestinais, debilidade cardíaca, inapetência, cicatrização de feridas, dor de cabeça de origem digestiva, problemas respiratórios.
***Informações complementares***
Modo de uso: Infusão das folhas frescas ou secas na forma de compressas, decoto das folhas na forma de loção, na forma de pomada usando-se o suco concentrado.
Dosagem indicada: Dor de cabeça de origem digestiva. Em 1 xícara de chá, coloque uma colher de sobremesa de folhas picadas e adicione água fervente. Abafe por 10 minutos e coe. Tome 1 xícara de chá antes ou após as principais refeições.
Problemas respiratórios:
Xarope: para 1/2 litro de xarope adicionar o suco de 4 xíc. de cafezinho de folhas frescas, tomar 1 colher de sopa a cada 3 horas.
Infusão: 1 xíc. de cafezinho de folhas secas em 1/2 litro de água, tomar xíc. de chá a cada 6 horas.
Tintura: 10 xíc. de cafezinho de folhas secas em 1/2 litro de álcool de cereais ou aguardente, tomar 1 colher de chá 3 vezes ao dia em um pouco de água; para a maioria das indicações, inclusive hemorróidas.
Pó - as folhas secas reduzidas a pó têm bom efeito cicatrizante.
Outros usos: Usam-se ramos em armários para afugentar insetos.
IMPORTANTE
Toxicologia: Em altas doses pode ser tóxico e abortivo.

(Fonte: http://ci-66.ciagri.usp.br/pm/ver_1pl.asp)

Uso litúrgico: O alecrim é uma folha consagrada a Oxalá. Largamente utilizada em banhos de limpeza e descarrego, e em defumações. Junto com a arruda e a guiné, é muito utilizada por pretos-velhos em benzimentos e em remédios naturais.

domingo, julho 03, 2005

Carnauba


carnauba
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Nome científico: Copernicia prunifera (Miller) H.E. Moore
Utilidade: É voz corrente entre a população nordestina que da carnaubeira tudo se aproveita. O caule (tronco), de madeira moderadamente pesada (densidade 0,94 g/cm3), é muito empregado na construção das casas da região, principalmente para vigamentos. Trabalhado ou serrado pode ser utilizado na construção de móveis, na construção civil como caibros, barrotes e ripas, na confecção de artefatos torneados como bengalas, utensílios domésticos, caixas, etc. É considerada muito durável quando em contato com a água salgada. No Pantanal Matogrossense é muito utilizado para construção de cercas e porteiras, para postes e pontes, onde se acredita que sua durabilidade seja eterna se utilizada de troncos completamente maduros. Entretanto, sua principal riqueza está na cera que recobre as folhas, principalmente as mais jovens, e conhecida internacionalmente como “cera-de-carnaúba”. No passado foi muito empregada na iluminação de residências na forma de velas e atualmente é utilizada industrialmente na confecção de graxas de sapato, vernizes, ácido pícrico, lubrificantes, sabonetes, fósforos, isolantes, discos, etc. Suas folhas secas, além da utilização local para cobertura de construções rústicas é muito utilizada na confecção artesanal de chapéus, cestas, esteiras, bolsas, cordas, colchões, etc. Suas amêndoas (sementes) contém óleo. A palmeira é muito elegante e vem sendo muito utilizada no paisagismo nas cidades nordestinas e na arborização urbana, principalmente em Fortaleza, Teresina e Iguatu. Suas folhas verdes são largamente utilizadas durante o período de estiagem prolongada no Nordeste como forrageira para o gado.
(Fonte:http://www.plantarum.com.br/copernicia.html)
Uso Litúrgico: Planta dedicada à Oxalá. Tem aplicação em banhos feitos com as folhas, depois do qual não se deve deixar a cabeça descoberta por pelo menos meio dia, e não se deve tomar sol. É usada para fortalecomento da aura e alimento do ori. As velas feitas com sua cera são consideradas as ideais para iluminar o Orixá.

Manjericão


alfavaca manjericao
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Nome científico: Ocimum basilicum
Partes usadas: Folhas e sementes.
Família: Labiadas (Lamiaceae).
Características: Herbácea composta, de caule ereto, folhas de coloração verde-clara, opostas, flores brancas, rosas ou púrpuras dispostas em espiga.
Nomes populares: É também conhecida como alfavaca-cheirosa, alfavaca-da-américa, basílico-grande, erva-real, manjericão-das-cozinhas, manjericão-de-folhas, manjericão-de-folhas largas, manjericão-de-molho e manjericão-grande.
Princípios Ativos: Rica em óleos essenciais (estragol, linalol e alcânfora) e tanino.
Propriedades: Diurética, cicatrizante, digestiva, hipotensora, inseticida e anti-biótica.
Indicações: Uso aconselhado em casos de tosse. Combate contrações musculares bruscas e afecções das vias respiratórias. Como tempero agrada muito, principalmente a paladares europeus. A alfavaca de cheiro, de folhas mais largas e grossas, pode ser usada em leite de soja, cremes de coco e mel. Fornece um sabor semelhante ao da canela.
(Fonte: http://www.herbario.com.br)
Uso litúrgico: Planta consagrada a Oxalá. Utilizada nos banhos de purificação dos filhos que entram em obrigação ou são recolhidos. Considerado um excelente banho de limpeza e proteção para qualquer pessoa, e principalmente crianças, por ter o axé de Oxalá.
O banho de leite com manjericão é utilizado para espantar kiumbas e fazer limpeza forte, tanto que não se aconselha o uso repetido desse banho. Suas folhas não devem nunca ser cozidas ou fervidas, mas apenas maceradas.

segunda-feira, junho 27, 2005

Folha da fortuna


folha fortuna
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Nome científico: Kalanchoe brasiliensis
Sinonímia popular: folha da fortuna, saião, folha-fortuna.
Indicações: o suco das folhas é usado para combater frieiras, queimaduras, cicatrizar feridas, aftas, erisipelas, úlceras gástricas e nervosas. Fazer emplasto de suas folhas elimina impurezas da pele. Muitos usam para combater doenças dos pulmões e dos rins.
Fonte: Pastoral da Saúde - Agenda. Porto Alegre - RS.

Uso litúrgico: Existe uma confusão entre três plantas: a coirama ou folha da costa (Kalanchoe pinnata), a folha da fortuna (Kalanchoe brasiliensis) e a folha grossa ou pirarucú (Bryophylum pinnatum). Algumas pessoas nomeiam a todas como folha da fortuna, ou trocam a folha da costa com a folha da fortuna. Na verdade, a folha da costa é consagrada a Oxalá e a folha da fortuna a Oxumarè. Há que se prestar atenção a pequenas diferenças entre as duas, como a aparência "denteada" mais acentuada na folha da costa, assim como a borda arroxeada de sua folha quando madura. Quanto ao seu uso medicinal todas as três têm propriedades parecidas. Já quanto ao uso litúrgico, desconheço a utilidade da folha grossa ou pirarucú.

Folha da Costa


folhacosta
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Nome científico: Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers.
Sinonímia popular: Planta do Ar, Coirama, Coirama-Branca, Coirama-Brava, Folha-da-Costa, Paochecara, Sayao, Saião
A infusão é utilizada para baixar febres e para curar inflamações do trato urinário; o suco das folhas frescas batidas no liquidificador com água é indicado para gastrites e úlceras; suas folhas maceradas são utilizadas para picadas de insetos, acelerar o processo de cicatrização em ferimentos e queimaduras; a folha fresca aquecida serve para abcessos, furúnculos e dor de cabeça.
(Fonte: http://www.raintree-health.co.uk/cgi-bin/getpage.pl?/plants/coirama.html )

Uso litúrgico: A folha da costa é tida como sendo uma folha consagrada a Oxalá, mas oferecida a todos os Orixás. Diz-se que é a única folha que se pode utilizar para qualquer pessoa, sem o risco de kizila com o seu Orixá, ainda que este não seja conhecido. É utilizada nas obrigações de cabeça, banhos de limpeza e defesa.

sábado, junho 25, 2005

Dendezeiro


dendezeiro
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Que outro vegetal pode ser mais importante para nosso contexto religioso que o dendezeiro?
Creio que podem existir outros tão importantes quanto ele mas nenhum mais importante do que ele.
Das suas folhas faz-se as franjas do mariwo, cortinas sagradas que têm por finalidade resguardar e separar o sagrado do profano.
De seus frutos extrai-se o óleo de palma, conhecido no Brasil como “azeite de dendê”, no Caribe como “manteca de corojo”, entre os nagô como “epo pupa” e entre todos os iniciados como "sangue vegetal".
Retirada a polpa de seus frutos, de onde se obtém o azeite, resta uma semente, pequeno caroço no interior do qual encontra-se um coquinho do qual se extrai um óleo finíssimo denominado “óleo de palmiche”, conhecido em yorubá pelo nome de “adi”. Este óleo seria a maior interdição de Exu e sua grande “kisila”.
Não bastassem os diferentes produtos que nos é fornecido por esta árvore, devemos nos reportar aos seus significados mais profundos.
O dendezeiro é a árvore sagrada de Ifá e é de seus frutos que se obtém os negros caroços que, depois de ritualisticamente consagrados, irão representar Orunmilá em seus assentamentos, além de servirem para as consultas ao oráculo de Ifá onde o próprio Orunmilá é contatado por seus sacerdotes, os babalaôs. Aos caroços assim consagrados dá-se o nome de “ikin”.
Somente os “coquinhos” que possuam quatro “olhos” ou mais servem para esta finalidade, sendo que aqueles que possuem apenas três olhos não devem ser usados para este fim.
Sabemos da existência de escolas que utilizam indiscriminadamente os caroços, independente da quantidade de olhos que possuam, mas não é meu objetivo questionar a validade deste fato na presente mensagem.
O que importa é deixar claro que, classificado científicamente como "Elaeis Guineensis", pertencente a familia das "palmáceas", este vegetal possui ainda duas variações que são a "communis" e a "idolatrica".
A primeira, “comum”, é a mais utilizada na cultura deste vegetal, por produzir, em maior quantidade, frutos maiores e que atendem melhor ao objetivo da produção de mais óleo.
A variedade “idolátrica” produz frutos menores e, por este motivo não é cultivada como sua irmã “comum”, mas é ela que produz as sementes de quatro ou mais olhos o que não ocorre em relação à espécie comum, que pode, ocasional e muito raramente oferecer-nos um caroço de quatro olhos entre milhares de três, e isto é uma exceção dificílima de ocorrer.
Esta diferença sempre foi conhecida pelos africanos que dão, ás duas espécies, nomes diferentes.
Segundo Verger, a variedade “communis” é conhecida pelos nagô pelos seguintes nomes:
Opè pánkóró; ìpánkóró; Opè arùnfó; Opè érúwa; Opè alárùn; Opè eléran; Opè òrùwá, etc.
A variedade “idolátrica” é conhecida como: Opè, Opè Ifá, Opè olífà, Opè kin; Opè ikin; Opè yáaàyàla; Opè peku pe ye; Opè kannakánná e Opè téméré erékè adó.
A questão é a que se segue: será que existem, no Brasil, pés da variedade idolátrica?
Será que se consegue mudas da mesma?
Qualquer informação será de grande utilidade para todos pois é nossa obrigação conservarmos a palmeira sagrada do dendezeiro.

(Texto cedido gentilmente por Ogbebara - http://groups.msn.com/CENTRODEESTUDOS

DACULTURAAFROAMERICANACECAA)

sexta-feira, junho 24, 2005

Garra do Diabo


garradiabo
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Nome Científico: Harpagophytum procumbens D. C.
A Garra do Diabo é uma planta originária da África, que se desenvolve especialmente no deserto Kalahari e nas estepes da Namíbia. O nome Garra do Diabo provém do aspecto do fruto ramoso e lenhoso provido de barbas semelhantes a garras. Somente no século XIX foi reconhecido o seu valor terapêutico. Esportistas têm por hábito utilizá-la para evitar as tendinites e as dores musculares.
(Fonte:http://www.omarmoises.com.br/FiTotal.htm )

..."Possui ação anti-espasmódica, favorece um aumento da atividade do fígado estimulando a desintoxicação, especialmente quanto à eliminação de uréia.
Possui também efeito estimulante sobre o sistema linfático.
Estudos ainda em desenvolvimento buscam elucidar sua provável ação sobre a vesícula, pâncreas, estômago, intestino e rins.
Contra-indicações / efeitos colaterais / precauções:
Pessoas com úlcera nas vias digestivas e intestinais. Em casos de litíase biliar utilizar somente com consulta ao médico. Não deve ser usado durante a gravidez. Seu uso prolongado pode causar disturbios de digestão. Pode causar efeito laxante no início do tratamento e podem ocorrer também transtornos hepáticos."

(Fonte: Monografia de Plantas Medicinais - Curso de Fitoterapia - pag. 14 - Fundação Herbarium de Saúde e Pesquisa)

Continuação - Aroeira

Curiosidades: Seus frutos são utilizados na Flórida para decoração de Natal, o que lhe conferiu a denominação de Christmas-berry. Em 1996, uma patente americana foi criada para um produto feito com o óleo essencial de aroeira brasileira, Schinus Terbinthifolius, como um remédio tópico de ação bactericida utilizado contra Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus para seres humanos e animais (um preparado para nariz, ouvido e peito).
A mesma companhia criou uma outra patente em 1997 para um preparado similar usado para limpeza de pele e de ação bactericida.
(Fonte: http://ci-66.ciagri.usp.br/pm/ver_1pl.asp )
Uso litúrgico: Nos terreiros de Candomblé este vegetal pertence a Exu e tem aplicação nas obrigações de cabeça, nos sacudimentos, nos banhos fortes de descarrego e nas purificações de pedras.

Aroeira


aroeira
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Nome científico: Schinus molle L.
Sinonímia popular: Aroeira vermelha, aroeira mansa, corneíba
Partes usadas: Cascas , folíolos, sementes, frutos, óleos resinos
Uso medicinal
As cascas e folhas secas da aroeira são utilizadas contra febres, problemas do trato urinário, contra cistites, uretrites, diarréias, blenorragia, tosse e bronquite, problemas menstruais com excesso de sangramento, gripes e inflamações em geral. Sua resina é indicada para o tratamento de reumatismo e ínguas, além de servir como purgativo e combater doenças respiratórias.
Emprega-se também contra a blenorragia, bronquites, orquites crônicas e doenças das vias urinárias.
Seu óleo resina é usado externamente como cicatrizante e para dor-de-dente.
A resina amarelo-clara (a qual endurece ao ar tornando-se azulada e depois pardacenta), proveniente das lesões das cascas, é medicamento de larga aplicação entre os sertanejos, como tônico, nos casos em que usam cascas.
Em outros tempos, a aroeira foi utilizada pelos jesuítas que, com sua resina, preparavam o " Bálsamo das Missões ", famoso no Brasil e no exterior.
A planta inteira é utilizada externamente como anti-séptico no caso de fraturas e feridas expostas. O óleo essencial é o principal responsável por várias atividades desta planta, especialmente à ação antimicrobiana contra vários tipos de bactérias e fungos e contra vírus de plantas, bem como atividade repelente contra a mosca doméstica. Este óleo essencial, rico em monoterpenos, é indicado em distúrbios respiratórios. É eficaz em micoses, candidíases (uso local) e alguns tipos de câncer (carcinoma, sarcoma,etc.) e como antiviral e bactericida. Possui ação regeneradora dos tecidos e é útil em escaras, queimaduras e problemas de pele.
Externamente, o óleo essencial da aroeira brasileira utilizado na forma de loções, gels ou sabonetes, é indicado para limpeza de pele, coceiras, espinhas (acne), manchas, desinfecção de ferimentos, micoses e para banho.
Em muitos estudos in vitro, extratos da folha da aroeira brasileira demonstram ação antiviral contra vírus de plantas e apresentam ser citotóxicos para 9 tipos de câncer das células.
Em banhos é utilizado o decocto da casca de aroeira para combater úlceras malignas.

(Fonte: http://ci-66.ciagri.usp.br/pm/ver_1pl.asp )

quarta-feira, junho 22, 2005

louro


louro
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Nome científico: Laurus nobilis L.

Uso medicinal: Estimula o fluxo urinário e alivia a dor reumática e até as dores em geral. É usado em contusões, onde aumenta a circulação sangüínea e em bronquites; tira manchas e cicatrizes da pele. Regulariza o fluxo menstrual, é tônico do sistema reprodutor e agiliza o parto. Extrato de folhas de louro aumenta em até 3 vezes a ação da insulina.
Pode ajudar a diminuir as vertigens, por abrandar infecções otológicas. Tem fama de tonificar o couro cabeludo e o cabelo, estimulando o crescimento deste e eliminando caspa.
O óleo essencial é produzido em escala comercial no Marrocos e Espanha e pode irritar mucosas, além de ter um leve efeito narcótico.
Existe o louro-preto, Nectandra rígida Nees/ Laurus rígida Will./ N. oppositifolia Nees (e outros nomes) uma espécie de canela, cuja casca é muito usada como anti-reumático e o fruto é consumido por vários pássaros.
Outro Laurus é o camphora L, o cinamomo ou cânfora comum.

Outros usos: A aromaterapia usa para excitar as emoções(?). Consumido na culinária.
(fonte: http://ci-66.ciagri.usp.br/pm/ver_1pl.asp )

Uso litúrgico: Planta que simboliza a vitória, por isso pertence a Oyá. Não tem aplicação nas obrigações de cabeça, mas é usada nas defumações caseiras para atrair recursos financeiros. Suas folhas também são utilizadas para ornamentar a orla das travessas em que se coloca o acarajé para arriar em oferenda a Iansã.

Citronela


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Nome científico: Cymbopogon nardus (L.) Rendle
Também conhecido popularmente como Citronela-do-ceilão, cidró-do-paraguai

Aplicação do óleo essencial:

- Como planta aromática para fins de perfumaria;
- Para afugentar insetos do lar e de grãos armazenados;
- Como desinfetante do lar e bactericida laboratorial;
- Como matéria-prima para a síntese de outros aromas.
(Fonte: http://ci-66.ciagri.usp.br/pm/ver_1pl.asp )

Uso litúrgico: desconhecido

Antes de mais nada...

...gostaria de deixar claro que as informações que vou divulgar aqui sobre o uso medicinal das plantas NÃO deve ser usado para a prática da auto-medicação, nem para diagnosticar, curar, tratar ou prevenir doenças, e sim apenas para conhecimento e pesquisa.
Nunca se deve manusear plantas desconhecidas, lembrando que todas as plantas contém diversos princípios ativos, inclusive em alguns casos podendo causar danos severos à saúde e até levar à morte.
Nunca se deve usar como remédios plantas das quais não se conhece a origem, forma de plantio e colheita, indicação e contra-indicação exatas.
Não se deve deixar plantas medicinais ao alcance de crianças.
Qualquer tratamento ou terapia alternativa deve ser acompanhado por um especialista de sua confiança.

Quanto ao seu uso litúrgico, não pretendo divulgar aqui verdades absolutas, e quem conhece um pouco do candomblé sabe que isso seria impossível. Quero apenas divulgar o que vou aprendendo, e gostaria de convidar a todos que visitarem este blog a comentar, opinar, e mesmo contrariar o que eu expuser a respeito, afinal, minha intenção é justamente a de aprender cada vez mais, e acredito que "toda unanimidade é burra".

Bem vindos!!!

Meu interesse por folhas...

.. é variado, gosto de conhecer, pesquisar, aprender com livros ou com as pessoas antigas, tanto o uso medicinal quanto o litúrgico.
Atualmente estou fazendo um curso de fitoterapia, e a cada dia descubro mais uma coisa fascinante sobre as ervas, seu uso medicinal absolutamente amplo e tão pouco conhecido por nós, moradores da cidade grande (relativamente) jovens.
Já o meu interesse por seu uso litúrgico começou juntamente com a minha fascinação pelo candomblé, no qual as folhas estão presentes em todos os rituais. Nesse aspecto ainda tenho muuuito pra aprender, mas caminho passo a passo, e tento absorver tudo que "meus mais velhos" têm pra me ensinar.
É um pouco disso que quero deixar registrado aqui. Tudo o que vou descobrindo e que gostaria que todos conhecessem, para que pudéssemos viver de maneira mais saudável e, conseqüentemente, feliz.